sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Com gostinho de casa de Vó



Aqueles que me conhecem sabem da minha mania de colecionar receitas e recortes de reportagens. Claro, coisas de uma era pré Internet porque atualmente esse material está tão facilmente disponível que não há razão pra acumular papel. Porém eu ainda faço as duas coisas, e tenho alguns sites da minha preferência.

Falando em velharia, hoje fui vasculhar na minha caixa de receitas, e a pedido da minha filha Deka, reeditei um Rocambole salgado. Verdade, é uma reedição porque não satisfeita de preparar uma receita antiga, tinha que colocar em ação a minha criatividade e dar um toque atual para ela.

Resultado dessa mistura de receita do Suplemento Feminino (amarelado) + Toque de atualidade: um prato delicioso com gostinho de casa de Vó.

E pra ninguém ficar com água na boca, aí vai a receita.

INGREDIENTES
3 batatas grandes cozidas em água e sal
3 ovos batidos
3 colheres de sopa de farinha de trigo
3 colheres de sopa de queijo ralado
1 colher de sopa de manteiga
1 xícara de chá de leite
Sal a gosto
1. Passe as batatas pelo espremedor e junte os demais ingredientes,             misturando bem.
2. Coloque numa assadeira untada e polvilhada e asse por cerca de 30 minutos, até formar uma casquinha dourada na superfície.
3. Retire do forno e desenforme, ainda quente, sobre um pano de prato umedecido. Corte um pedacinho da borda para facilitar para enrolar.
4. Recheie com carne moída, frango desfiado, presunto ou lombinho defumado. Enrole como rocambole com a ajuda do pano.
5. Coloque numa travessa e cubra com molho de tomate. Vai ficar irresistível. Prepare-se para saborear. 
Obs. fico devendo a foto dele.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Quem canta seus males espanta





E quem faz rir, também.                            

Lembra-se do livro da Mirela Janotti, “Força na Peruca”? Pois é, eu li em 2 dias, tempo recorde para mim, e posso dizer que bom humor é o melhor remédio.

Para aqueles que ainda não leram, o livro é um relato da autora sobre sua experiência pessoal na descoberta e tratamento de um câncer de mama. Mas o ingrediente principal é o bom humor com que ela fala do assunto.

E pra vocês terem uma ideia do que eu estou falando, leiam um trecho do livro que eu selecionei.

"Depois que o susto passou, que percebi que não iria morrer de imediato, voltei a prospectar outros quesitos. Queria um bom emprego, comecei a desejar roupas novas, e o príncipe encantado voltou a fazer parte dos meus planos. Na verdade, não precisava nem ser um príncipe, podia ser um sapo mesmo, porque careca e desprovida de sobrancelhas e cílios, eu estava, digamos assim, em promoção."

“Força na Peruca Tragédias e comédias de um câncer”. Comédias também. Por que não? Quando se consegue rir da própria desgraça ou desmistificar o Bicho papão fica muito mais fácil falar dele.

Parabéns Mirela seu recado será muito mais facilmente recebido por quem precisa te ouvir, do que falando e fazendo “cara de conteúdo”.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Senta que lá vem história


Eu falei de Transplante de Medula Óssea, de dores que me impediram de prosseguir com minhas atividades, da minha recuperação cada vez maior atualmente, mas não disse o porquê de tudo isso.

Depois de um período de, aproximadamente 2 anos, tratando uma suposta hérnia de disco, fui internada e “virada do avesso” para descobrirem que a dor que já dificultava até mesmo a minha respiração, era causada por um Mieloma Múltiplo.

Por que é que eu estou voltando nesse assunto agora? Porque quando você vê a quantidade de pessoas sofrendo com essa doença, e até mesmo alguns médicos desconhecendo esse mal, é impossível ficar calada, principalmente quando você tem um final feliz pra contar e encorajar aqueles que precisam.

Mieloma Múltiplo é um tipo de câncer que atinge os ossos e causa microfraturas que são responsáveis por todas as dores que o paciente se queixa. Seu diagnóstico é feito a partir de um exame de sangue ou de urina, e o tratamento é acompanhado por um médico Hematologista. São aplicações de Quimioterapia, Radioterapia e, em alguns casos, o transplante de medula óssea.

Cirurgia? Não, o transplante não é feito através de cirurgia. Se é que eu posso falar desse jeito, parece uma transfusão de sangue. Sem dúvida, até chegar o momento do transplante em si, alguns outros procedimentos médicos são realizados, mas nenhum envolve uma cirurgia.

A partir do transplante, o paciente deverá seguir com acompanhamento médico, pois existe uma alimentação controlada, medicamentos, e posteriormente, a vacinação deverá ser refeita. É uma nova vida nascendo...

Falando como paciente e de forma resumida, a doença e o tratamento é basicamente esse, porém para maiores informações, quero indicar o site da ABRALE que apresenta orientações detalhadamente, não só no aspecto médico, mas jurídico também.

Falar em câncer é uma coisa delicada e até um tempo atrás nem a palavra era pronunciada, porém como você pode ver o final da estória mudou e hoje superada a fase mais difícil eu posso estar aqui e oferecer a minha experiência como uma luz pra espantar esse fantasma da escuridão.

Obs.: acabo de receber um livro, “Força na peruca. Tragédias E Comédias de um Câncer”, da Mirela Janotti, que relata sua experiência diante da doença. Prometo ler e comentá-lo.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A loira surpreendeu



Todos vocês conhecem a famosa receita de Carne na cerveja. Seja lagarto ou outra carne da sua preferência, preparada na panela de pressão com cerveja preta e outros ingredientes.

Simples assim, sem nenhuma novidade até que eu resolvi prepará-la e não tinha a cerveja preta em casa. Que tal improvisar? Foi aí que a loira entrou em ação: se não tem a preta, vai a branca. E não é que a loira surpreendeu!

E pra vocês saborearem essa delícia, quero deixar aqui a receita e minha sugestão de acompanhamento, para que todos possam aproveitar essa dica que é muito prática e rápida e combina com uma massa ou purê de batatas. E vai repor as energias dos foliões nesse Carnaval.

Ingredientes
1 kg de lagarto
1 pacote de sopa de cebola
1 lata de molho de tomate
1 garrafa de cerveja
Colocar um pouco de óleo na panela de pressão, acrescentando a carne e os demais ingredientes. Assar a carne na pressão por 60 minutos. Ao final colocar um vidro de cogumelos. Fatiar a carne e servir com o acompanhamento de sua preferência.
Bom Apetite! 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Biscoitinhos de Cerveja




E quem foi que disse que culinária e coração não andam juntas? Você quer coisa mais aconchegante que uma xícara de chá com biscoitinhos num dia friozinho como o de hoje?

E reunir a criançada pra fazer os tais biscoitos numa tarde chuvosa, e todos juntos à volta da mesa enrolar os biscoitinhos de cerveja, receita da vó Vilma e depois saboreá-los lambuzados de farinha?

Nada na vida é por acaso, não é mesmo? Além dos meus passeios pela Escolinha Walita, as carnes marinadas que aprendi com a minha avó ainda fui me casar com um descendente de família italiana. E foi com a minha sogra Vilma que aprendi outras tantas receitas. E que delícia! O Biscoitinho de cerveja é uma delas. Com que carinho ela enrolava um por um e passava no açúcar enfileirando-os na assadeira com um capricho que dava gosto de ver.

Hoje, eu quero dividir com vocês essa receita, a primeira que eu vou postar nesse blog, e espero que vocês experimentem essa gostosura não se esquecendo de saborear com todo prazer que se pode ter.

½ Kg de farinha de trigo
2 colheres de sopa de açúcar
2 cálices de cerveja
250 grs. de margarina ou manteiga
Açúcar cristal
Em uma tigela junte a farinha, o açúcar, a cerveja e a margarina em temperatura ambiente. Amasse até ficar homogênea.
Enrole os biscoitinhos um a um passando-os no açúcar cristal e colocando-os em assadeira untada. Assar em forno médio.
Bom apetite!





quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

As voltas que a vida dá



Quando eu pensei em abrir esse espaço, a primeira ideia foi ocupá-lo com assuntos ligados à culinária, porém hoje eu estou registrando a minha 4ª postagem e os assuntos que me ocorrem falam todos do coração.  E daí eu me lembro de um pensamento que diz que o importante no que se fala é “tocar” a alma das pessoas.

Pensando no que tem sido a minha vida ultimamente, pra que lutar contra a corrente, não é mesmo? E tem mais: como boa pisciana que sou já aprendi que meu signo é aquela água..... todo sentimento.

Falar de acordar todas as manhãs com duas árvores floridas na minha janela, falar da recuperação da saúde que eu tive, do apoio incondicional que recebi do meu marido durante o meu tratamento, da alegria das minhas filhas com o resultado dos meus exames, da dedicação da Dra Rita e de todas as pessoas que me apoiaram e me acolheram todo tempo, isso é ainda muito pouco em relação a tudo de maravilhoso que eu tenho recebido.

 Falar desses sentimentos é brega? Pois eu queria ser o Wando, o Reginaldo, o “Rei” Roberto e outros poetas mais pra dizer com todas as letras esses sentimentos tão ternos ou tão calientes que brotam na nossa alma e podem numa palavra ou numa canção fazer toda diferença na vida de uma pessoa.
     


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Grande guerreira !


Hoje é um dia especial. Dia de comemoração do aniversário da minha grande amiga e companheira de muitas batalhas, Ivete.

Além de parceira na faculdade, nos estágios em Cubatão, ela foi a inspiradora dessa aventura pela culinária, pois quando nos reencontramos ela tinha se aposentado e partiu pra realizar o grande sonho. Tornou-se uma artista no Patchwork. E como essa danada é boa nessa arte. Criou a Cacos & Trecos e está partindo pra transformá-la numa grife.

Pra falar a verdade, a grande arte da Ivete é não se deixar cegar pelo sucesso. Ela se lançou no seu projeto, trabalhou muito por ele, é hoje reconhecida como vencedora, mas não esqueceu que a vida não é só isso. Em 2011 ela fez uma pausa e foi fazer o Caminho de Santiago. Pausa só no Patchwork porque o que essa Neguinha sofreu não é coisa pra qualquer um. Né guerreira?

E como a sua amiga aqui não sabe ficar parada, assim que me restabeleci do transplante fizemos um Bazar do Dia das Mães. Juntamos as nossas artes. Antes que a minha amiga pusesse o pé na estrada.

Então amiga, a estrela do dia é você e eu quero deixar registrada aqui a minha admiração, o meu afeto e os meus votos de que esse dia seja tão especial quanto você é, e que o Papai do Céu te abençoe sempre e mais.

E pra vocês eu apresento minha amiga, numa foto do nosso bazar, alguns dos meus “quitutes” e um dos trabalhos de Patch. Ah, a Ivete é a de amarelo.





terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Escolinha Walita


Às vezes a gente fala de novidade e quando menos espera vem na lembrança uma imagem tão familiar que nos surpreende. Quantas de vocês não conhecem esse nome? Escolinha Walita.
Jurássica eu? Não, não faz tanto tempo assim pelo brilho da minha memória. Mas pra quem não conhece nada mais é do que um lugar com as famosas aulas de culinária que hoje assistimos em lojas que vendem produtos especializados nessa área.
O importante é que já na minha infância eu frequentava essas aulas junto com minha mãe, e adorava porque no final saboreava com ela e todas as outras, o prato que tivesse sido preparado.
E na casa de minha avó então. Essa era a hora dos temperos e das carnes, e do frango comprado na avícola e preparado em casa. Do leitão de Natal ou do Peru recheado. Meu Deus, quantos aromas!!!
E hoje eu vejo que tudo isso era de uma riqueza tão grande, de afeto, de aconchego, de carinho e de gula também que dá pra entender perfeitamente que de novo talvez só existam as novas preparações de antigas receitas, mas que esse pedacinho de minha vida já é velho conhecido e amado, eu não tenho dúvida.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Muita calma nessa hora


Estou chegando nesse território dos blogueiros e essa não é a única novidade pra mim. Aliás, nos dois últimos anos as situações inéditas foram tantas que a sensação que eu tenho é que acelerou a velocidade da Terra, as coisas foram acontecendo e ainda pode vir mais coisa por aí.

Até 2010 eu trabalhava como psicóloga, vinha de uma experiência em trabalho de equipe multidisciplinar de saúde, estava atendendo em consultório particular, até que uma dorzinha na coluna foi se transformando numa dor maior que me afastou de todas as atividades profissionais e me colocou dentro de um hospital, só que dessa vez como paciente da ala de TMO, ou seja, Transplante de Medula Óssea. E você não imagina o quanto de novidade pode ter aí pra alguém que nem sequer tinha quebrado uma perna ou um braço, na vida.

É triste falar desse assunto? Claro que é, mas se eu estou aqui falando dele, é porque nem sempre a história termina em tragédia. E é exatamente assim que eu sinto. Eu passei por dores horríveis, por situações de grande desespero, por insegurança de aonde tudo aquilo iria me levar, mas eu tinha uma esperança, eu aprendi tanto de mim mesma e eu gosto tanto de viver, que eu não quero ficar aqui parada guardando tudo isso só pra mim, sem compartilhar com as pessoas tudo que eu tenho vivido.

Mas como é que a gente faz prá se reorganizar na vida depois de uma experiência dessa e com todo aprendizado que acontece e se soma com outras situações, eu ainda não descobri. E quando eu digo “Muita calma nessa hora”, é porque eu estou precisando disso mesmo. Ou será de uma bússola?

Lembra-se do Engenheiro que virou suco? Entre tantas situações vividas anteriormente tenho meus passeios pela cozinha, que agora, longe das atividades como Psicóloga, eu retomei e coloquei em prática fazendo biscoitos, cupcakes e Bolo de Nozes. E eu adoro tudo isso!!! E aí é que eu acho que vem mais novidades no meu caminho. Às vezes eu me pergunto: será que agora é a vez da Psicóloga que virou biscoito? Seja como for, resolvi abrir esse espaço pra dividir experiências, culinárias ou existenciais, com todas as pessoas interessadas em compartilhar as voltas que a vida dá.