Cada um de nós tem
etapas na vida, e cada uma delas tem suas características próprias.
Nós, eu e meu
marido, estamos vivendo o momento do pós-casamento da primeira filha e a
torcida pelo (a) primeiro (a) neto (a). E de vez em quando bate aquela
saudade... E nesse clima de nostalgia, navegando pela internet eu encontrei
esse texto. Sabe daquelas coisas que a gente diz, eu gostaria de ter escrito,
pois é, é o próprio. Caiu como uma luva em tudo que eu gostaria de dizer e que
eu estou sentindo. Portanto, quero trazê-lo aqui, prá todos, inclusive prá
minha filha também.
Mais uma vez, eu
não sei o autor, por isso só posso agradecer. Quando souber eu conto.
Lá vai minha filha...
Lá vai minha filha do olho grande e da pele macia.
A menina que estreou a mãe em mim. A menina que chegou trazendo todo um
universo de novidades: emoções, medos, encantamentos e aprendizados.
Crescemos juntas, eu aprendendo a ser mãe e ela aprendendo a ser ela
mesma. Descobrimos duas palavras mágicas, ela me chamou de mãe e eu a chamei de
filha. Palavras novas e viscerais que esperavam pacientes para se
cumprirem.
Éramos duas sendo uma em muitos sentidos.
Carne da minha carne, fruto do meu amor, sonho dos meus sonhos. Ela me
expandia e eu a protegia. Ela me dava a mão e eu todos os sumos.
Ela me dava a eternidade e eu lhe dava asas.
Ela me alargava o coração e eu lhe ensinava a caminhar sozinha. Ela me
cobria de beijos e eu a cobria de bênçãos. Ela me pedia colo e eu lhe pedia
sorrisos. Ela me traduzia e eu a decifrava. Ela me ensinava e eu lhe
descortinava o mundo. Ela me apontava o novo e eu lhe ensinava lições
aprendidas no passado.
Ela me falava de fadas e princesas e eu lhe falava de avós e gentes. Ela
me emprestava seus olhos encantados e eu rezava por um mundo melhor. Ela me
tirava o sono e eu cantava para ela dormir. Ela me alegrava a vida e eu vivia
para ela.
Quando o filho nasce começamos a nos despedir dele no mesmo instante.
Nosso elo só é enquanto no ventre. Depois somos seus abrigos, condutores,
provedores, sem nunca esquecer que eles começam a ir embora no dia que nascem.
No começo o tempo parece parar. A plenitude da maternidade e a dependência dos
pequenos criam uma ilusão de que será assim para sempre.
Mas não, eles crescem inexoravelmente em direção à independência.
Cumpre-se o ciclo da vida e é melhor que seja assim, caso contrário significa
que algo de muito triste, inverso ou perverso aconteceu.
Lá vai minha filha...
Assim seja!
Olho seus olhos enormes e profundos e vejo os mesmos olhos que ainda na
sala de parto me olharam intrigados e solenes, como que me reconhecendo, me
convocando… Eu, imediatamente disse sim à minha filha e a segui desde aquele instante,
entregue. O amor que senti foi tão avassalador e instantâneo que cheguei
a ter medo.
Na hora que nasce o primeiro filho, a gente compreende a fragilidade da
vida, a fugacidade das coisas e passa a ter medo de morrer. O fato dela
precisar de mim me torna única e imprescindível. Eu não podia falhar. A partir
dali tudo mudou, meu espaço, meu papel, minha relação com o mundo: eu era sua
mãe!
Crescemos juntas... mãe e filha. Ao longo desses anos rimos, choramos,
brigamos, resolvemos impasses, estreitamos laços, vencemos batalhas,
enfrentamos noites escuras. Contamos uma com a outra sempre. Às vezes era eu
quem a socorria, outras, era ela quem me amparava.
Não foram poucas as vezes em que os papéis se inverteram e ela foi minha
mãe. Às vezes me pergunto se eu dei a ela tanto quanto recebi. Sinceramente
acho que não. Desde o momento zero, ela transformou minha vida e num movimento
contínuo faz de mim uma pessoa melhor.
Lá vai minha filha apaixonada e confiante. Ensaiando voos, escolhendo
caminhos, encerrando ciclos. Eu feliz penso: Cumpra-se!
Esse texto é lindo mesmo... Li agora (mais uma vez) e de novo os olhos encheram de água!
ResponderExcluirContinue na torcida pelo neto, logo chega a hora.
Obrigada, por tudo mãe.
Bjo,
Lica
Oi,minha lindona,adoro quando vc passa por aqui.Bjs.
ExcluirAna, puxa....como o tempo passa! Parece que foi um dia destes que vi a Lívia nascer e agora já vai ser mãe! Parabéns para a mãe a para os avóos. Beijo.
ResponderExcluirCalma,Marcinha por enquanto é só uma torcida nossa.Assim q for feita a encomenda te aviso imediatamente.Bjs.
ResponderExcluirJá pensou em vc sendo avó?
ResponderExcluirE o Aroldo então?
Até outro dia, esperávamops ele chegar de SP naquele fusca verde abacate.
A Lívia e o Hugo serão abençoados no tempo de DEUS...Bjo!
...E vc vai ter q dar banhinho como fez com a Lívia,certo? Bjs,minha memória viva.
ResponderExcluirEsse texto é da escritora Hilda Lucas. Coloque no Google e voce vai ver que ela tem muitos outros belíssimos tbm. No youtube ele vem com um música maravilhosa chamada Cariño. É pra gente se derreter em lágrimas de emoção.
ResponderExcluirMuito obrigada Solange. É muito bom a gente saber a autoria das coisas que amamos. Vou pesquisar outros textos da Hilda Lucas. E obrigada a vc tb. Pela visita e pela contribuição. Um grande abraço, volte sempre.
ResponderExcluirEsse texto foi baseado no texto de Hilda Lucas. Portanto, não deixa de ser plágio.
ResponderExcluirLá vai minha filha, por Hilda Lucas
ResponderExcluirLá vai minha filha. Minha menina. O tempo voou.
Lá vai minha filha quase voando no seu vestido etéreo.
Lá vai minha filha do olho grande, da pele morena e do cheiro de feijão. A menina que estreou a mãe em mim. A menina que chegou trazendo todo um universo de novidades: emoções, medos, encantamentos, aprendizados. Crescemos juntas: eu aprendendo a ser mãe e ela aprendendo a ser ela mesma. Descobrimos duas palavras mágicas: ela me chamou mãe e eu a chamei filha. Palavras novas e tão viscerais que pacientes esperavam para se cumprir. Éramos duas sendo uma em muitos sentidos. Carne da minha carne, fruto do meu amor, sonho dos meus sonhos. Ela me expandia e eu a protegia. Ela me dava a mão e eu todos os sumos. Ela me dava a eternidade e eu lhe dava asas. Ela me alargava o coração e eu lhe ensinava a caminhar sozinha. Ela me cobria de beijos e eu a cobria de bênçãos. Ela me pedia colo e eu lhe pedia sorrisos. Ela me traduzia e eu a decifrava. Ela me ensinava e eu lhe descortinava o mundo. Ela me apontava o novo e eu lhe ensinava lições aprendidas no passado. Ela me falava de fadas e princesas e eu lhe falava de avós e gentes. Ela me emprestava seus olhos encantados e eu rezava por um mundo melhor. Ela me tirava o sono e eu cantava para ela dormir. Ela me alegrava a vida e eu vivia para ela.
Quando um filho nasce começamos a nos despedir dele no mesmo instante. Nosso ele só é quando no ventre. Depois somos seus abrigos, seus condutores, seus provedores sem nunca esquecer que eles começam a ir embora no dia que nascem. No começo o tempo parece parar. A plenitude da maternidade e a dependência dos pequenos criam uma ilusão de que será assim para sempre. Mas não, eles crescem inexoravelmente em direção à independência. Cumpre-se o ciclo da vida e é melhor que seja assim, caso contrário, significa que algo de muito triste, inverso ou perverso aconteceu.
Lá vai minha filha. Assim seja.
Olho seus olhos enormes e profundos e vejo os mesmos olhos que ainda na sala de parto me olharam intrigados, solenes, como que me reconhecendo, me convocando. Eu disse sim à minha filha, imediatamente, a segui desde aquele instante, entregue, eleita. O amor que eu senti foi tão avassalador e instantâneo que eu cheguei a ter medo. Sim, na hora que nasce o primeiro filho, a gente compreende a fragilidade da vida, a fugacidade das coisas e a passa a ter medo de morrer. O fato dela precisar de mim me tornava única, imprescindível. Eu não podia falhar, eu não podia morrer, afinal foi ela quem me escolheu. A partir dali, tudo mudou, meu espaço, meu papel, minha relação com o mundo adquiriu outra dimensão: eu era sua mãe!
Crescemos juntas. Somos amigas. Mãe e filha. Ao longo desses anos rimos, choramos, brigamos, resolvemos impasses, estreitamos laços, vencemos batalhas, enfrentamos noites escuras. Contamos uma com a outra, sempre. Às vezes era eu quem a socorria outras vezes era ela quem me amparava. Não foram poucas as vezes em que os papéis se inverteram e ela foi minha mãe. Às vezes me pergunto se eu dei a ela tanto quanto recebi. Sinceramente, acho que não. Desde o momento zero ela transformou minha vida e, num movimento contínuo, faz de mim uma pessoa melhor.
Lá vai minha filha. Apaixonada e confiante. Ensaiando vôos, escolhendo caminhos, encerrando ciclos.
Eu feliz, penso: cumpra-se!