quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Nó na garganta

Acabei de assistir agora o Jornal Hoje, da TV Globo, e estou me perguntando: Em que país vive o Sr.João Santana e sua debochada esposa? E o Sr. José Dirceu e todos os envolvidos na Operação Lava Jato, que ostentam quantias astronômicas em seus extratos bancários?

Será que é o mesmo país dos pacientes oncológicos que não estão conseguindo iniciar ou dar continuidade aos seus tratamentos, por falta de medicação? Por falta de estrutura hospitalar adequada? Vendo a morte cada vez mais de perto?

É, por acaso, o mesmo país das crianças que estão sendo geradas com microcefalia, por falta de uma política de saúde pública eficiente?

Ou será o país das crianças vítimas do roubo na merenda escolar?

Ainda não cheguei a uma conclusão. É difícil chegar a ela porque como paciente oncológica que também sou, me sinto indignada, revoltada, por viver na pele todos os dramas dessas pessoas que não sabem como será o dia de amanhã, e assistem um desfile de crimes em todas as áreas do país, não restando esperança de salvação para quem quer que seja.

Ver a situação miserável da população do nosso país e ao mesmo tempo, no mesmo país, os altos valores envolvidos em todos os escândalos que assistimos, é revoltante para qualquer cidadão. Desperta em cada um de nós os piores sentimentos. Inveja? Praga? Não. Apenas uma pergunta fica no ar.

Será que o Sr João Santana e sua esposa Monica, em algum momento vislumbraram a possibilidade de viver o drama que muitos brasileiros estão vivendo? Não, eu não estou falando dessa falta de recursos reinante. Eu me refiro aos dramas pessoais que qualquer ser vivo está sujeito e que dinheiro ou poder algum vai lhe livrar.

Será que os envolvidos em corrupção ao menos imaginaram que em algum momento seriam como nós, pobres seres humanos, sem PODER e sem “costas quentes”, e que poderiam estar expostos a todas as mazelas humanas?  

Eu estou falando de se colocar no lugar do outro. De pensar que amanhã EU posso viver a mesma situação. De ter consciência que o poder é transitório, e que se eu não tenho poder nem dinheiro, vou sofrer como todos sofrem.

O meu recado vai para todos. Aqueles que estão nos noticiários e todos nós que assistimos esse desfile de prepotência e arrogância. De ostentação de bens fruto do roubo de recursos financeiros que eram da saúde, da educação......

Vamos acordar. Não podemos mais permitir que nos façam de escravos que contribuem com suor e impostos para bancar seus arrotos de grandeza.